LIA
O ar no quarto estava denso, cortado apenas pela respiração ofegante de nós dois. Eu estava em trajes íntimos, exposta, e Alexandre estava em choque, a chave mestra ainda em sua mão. Ele me encarava com a frustração e a suspeita geradas por sua fuga.
Eu puxei a toalha pendurada no pescoço e a envolvi rapidamente ao redor do corpo.
— Eu... eu estava no banheiro, senhor. — Minha voz soou trêmula. — Estava tomando banho. A porta do banheiro estava fechada, não ouvi a Lorena bater. Peço mil desculpas.
Alexandre deu um passo à frente, e a intensidade do seu olhar me fez recuar instintivamente.
— Não minta para mim, Lia.
— Não estou mentindo.
— Eu te disse que a segurança de Lorena era prioridade! — A voz dele era baixa, mas carregada de fúria contida. — Você aceitou se mudar para cá em tempo integral. E no primeiro dia, sua afilhada acorda no meio da noite e não te encontra!
— Eu estava no banheiro! E se Lorena tivesse me esperado um minuto...
— Não se atreva a colocar a culpa na minha