— Levanta aí, príncipe. Tá na hora do seu banho. —
A voz era debochada, e Theo abriu os olhos com dificuldade. Ainda tonto, viu dois homens parados à porta da cela. Um deles mascava chiclete com a boca aberta. O outro segurava um uniforme dobrado.
— Mandaram trocar você de lugar. Disseram que era pra tratar como merece. Filho do chefe não pode ficar em buraco, né? — o primeiro falou.
— Pois é. Traidor tratado como príncipe. E a gente aqui, que rala pra manter o sistema de pé, leva grito, pisa em vidro e ainda apanha. — o outro resmungou, sem tirar os olhos dele.
Theo não disse nada. Só se levantou devagar, os músculos doíam, o sangue seco na testa coçava, a boca amarga.
Foi levado por um corredor estreito até uma sala mais clara, com uma cama decente, um ventilador e uma pia com toalha limpa. O novo “quarto” ainda tinha grade na janela, mas era outro mundo comparado à cela anterior.
— Toma esse uniforme, banho ali no canto. E não tenta nada. Tem câmera até no sabonete. — o