A luz entrava fraca pela fresta do teto rachado. Theo abriu os olhos devagar, a cabeça latejava. Os pulsos estavam marcados, mas soltos — a algema fora retirada. Ele estava numa cela improvisada, chão frio, paredes mofadas. Um colchão ralo num canto e uma garrafa de água vazia ao lado.
Tentou se sentar. Cada movimento doía. Não sabia quanto tempo havia passado. Tudo que lembrava era o rosto de Bê coberto de sangue... e Isis. O olhar dela. A decepção.
Lá fora, vozes abafadas.
— Já tirei ele daquele buraco. — era a voz do Tenente Torres. — Cês tão doidos? Ele é meu filho. Ninguém encosta nele. A não ser eu.
— Mas ele sabe demais, senhor. Pode pôr tudo a perder.
— Por isso ele vai ficar aqui. Trancado. Seguro. Mas com o mínimo de respeito. Comida decente, colchão, água. Não é pra tratar como lixo. Ele é meu sangue.
Theo ouviu, mas não reagiu. Ficou ali, quieto. Observando. Calculando. Mas não pensava ainda em fugir. Estava tentando entender. Processar. Aceitar que estava sozi