A sala de recuperação da ONG estava silenciosa, mas carregada. Neumitcha estava acordada. O olhar fixo no teto. Não havia mais lágrimas — não porque tinham secado, mas porque estavam presas no lugar onde a dor ainda latejava.
A porta se abriu devagar. Isis entrou primeiro, seguida de Mariana e Jade. Corvo estava sentado ao lado da cama, exausto, mas inabalável. Segurava a mão de Neumitcha como quem segura a si mesmo.
— Pai... — Jade disse, com a voz suave, porém firme. — Vem. Isis vai cuidar dela agora. Eu vou cuidar de você. Você precisa comer, tomar um banho.
Ele balançou a cabeça, relutando.
— Não vou sair. Ela precisa de mim.
Neumitcha, mesmo com os olhos inchados e a boca cortada, olhou pra ele. Foi um olhar cheio de palavras. Ele entendeu. Soltou a mão dela com todo o cuidado do mundo, como quem solta algo sagrado. Beijou sua testa com reverência, engolindo seco.
— Eu volto já. Me espera.
Ela fechou os olhos, e ele saiu, guiado por Jade.
Mariana largou a bolsa, puxou uma