A casa de Isis, normalmente silenciosa e de luz baixa, estava movimentada naquela noite. As janelas entreabertas deixavam escapar o cheiro forte de café e o som abafado de conversas sérias. Theo subiu os degraus devagar, como quem sabia que não havia mais volta.
Isis abriu a porta antes mesmo dele bater. Dread preso no alto da cabeça, rosto sem maquiagem, camiseta preta e um olhar que dizia mais que qualquer palavra.
— Entra. Tá todo mundo aqui.
Dentro, estavam Bê, Barril, Formiga, Carvão e Neumitcha, que servia um café fumegante numa xícara rachada, como se fosse vinho caro.
— Chegou o convidado da noite — disse ela, piscando pra Theo. — Quer café ou coragem?
— Os dois — respondeu ele, sentando-se no canto da mesa.
Isis abriu um mapa sobre a mesa de madeira. Marcas coloridas, setas, setorizacão.
— Hoje tem movimentação. Uma carga pesada vai passar. Eu quero que a gente acompanhe o trajeto, garanta a segurança e finalize a entrega. Mas é sem estardalhaço. Silêncio. Eficiência.