JADE
A cada dia eu vejo mais claro:
o Ravi não é só um empresário.
Ele é outra coisa.
Mais escura.
Mais perigosa.
Mais… predador.
E agora ele ameaça meu irmão.
E ainda assim… ele me olha como se eu já fosse dele.
Mas não sou. Nunca fui. Nunca serei.
Caminho ao lado dele até o restaurante.
O rosto? Neutro. Impecável. Sem medo.
O olhar? Firme. Desafiador. Frio.
Entramos. Diego sorri.
Diego: — Então o grande Ravi aparece!
Ravi: — Você sabe que tem o melhor restaurante.
(virando pra mim)
— Jade, este é o Diego.
Jade (um aceno leve, educado, seco): — Prazer.
Fomos à mesa.
Ele puxa a cadeira.
Sento sem agradecer.
Não devo nada.
Ele me observa.
Ravi: — Vai beber o quê? Vinho?
Olho direto pra ele, sem pestanejar.
Jade (seca): — Suco. Não bebo.
Ele ergue uma sobrancelha.
Ravi: — Uma dançarina que não bebe?
Curioso.
Inclino o corpo na mesa, o olhar cortante.
Jade: — Mais curioso ainda você achar que todo mundo vive no teu mundo sujo.
Eu dançava, Ravi.
Não me vendia. Não me dobrava. Não me mistu