A torção no tornozelo obrigou Julia a usar uma bota ortopédica. Ela detestou a ideia assim que o médico a mencionou, mas não havia alternativa. O incômodo físico era o menor dos problemas — o que mais a incomodava era a sensação de fragilidade.
— Promete que vai cuidar direitinho desse pé? — perguntou Patrícia, com um tom meigo, mas firme, como quem cuida de alguém há anos.
— Prometo, não se preocupe. — Julia tentou sorrir, mas havia um traço de cansaço em sua expressão.
Patrícia assentiu, já se afastando para concluir os encaminhamentos.
— Já mandei separar os remédios — disse, voltando-se para Otto. — Pegue na recepção e leve-a para casa. Nada de esforço por hoje.
— Pode deixar. — Otto respondeu com um aceno leve, mas sem muito entusiasmo.
Otto deu um beijo na mãe, segurou a mão de Julia e os dois saíram da sala, deixando Patrícia no consultório para que pudesse voltar ao trabalho. Passaram na recepção, pegaram os remédios que já estavam separados e foram embora.
Ao se aproximarem d