Vitório permaneceu de pé, observando Sara se afastar do sogro com os olhos marejados. A música cigana começava a retomar no fundo, os convidados aplaudiam, mas ele não ouvia nada.
Ali, diante de todos, ele percebeu. Sara era uma força da natureza. Uma força espiritual.Ele não sabia dizer se aquilo que sentia era uma maldição ou uma bênção. Mas a verdade era que, através dela, estava vivendo algo que nunca teve com o próprio pai.A mesma distância fria que o ex-Don havia imposto no dia em que ele trouxe Sara, agora se dissolvia, substituída por uma proximidade inesperada, três vezes maior, graças àquela festa de casamento.Vitório respirou fundo.— Não ela não é uma maldição. Ela é um presente.E, em silêncio, ergueu um pensamento para a padroeira que Sara tanto reverenciava:Santa Sara eu não te conheço. Mas, se a senhora colocou essa cigana no meu caminho se ela é a minha companheira e será quem vai me guiar, quem vai