SOFIA

A ausência de Isabella pairava pela casa como um sussurro apagado. Não doía como antes. Não incomodava. Era só... silêncio. Um espaço entre memórias, um vazio que já não precisava ser preenchido, apenas respeitado.

Mas dentro dessas quatro paredes, algo novo florescia. E era sereno. Era bonito como o nascer do sol depois de uma noite longa demais. Era a vida, voltando a respirar.

— Mãe, olha meu castelo! — a voz de Enzo explodiu da sala como um raio de luz, trazendo cor ao ambiente.

As peças de montar estavam espalhadas como sonhos em construção, e no meio delas, ele — nosso pequeno arquiteto da esperança.

Me ajoelhei ao lado dele, encantada.

— Uau, ficou incrível! Quem vai morar aí?

Ele me olhou com aqueles olhos que enxergam com o coração.

— A gente! Eu, você e o papai.

Senti meu peito aquecer. Como se cada palavra dele costurasse de volta os retalhos do nosso lar.

Eduardo entrou logo depois, sorrindo, com duas canecas de chocolate quente. O cheiro doce se misturou àquela cena