EDUARDO
O medo não me paralisava mais. Me incendiava. Me corroía por dentro como ácido, me lembrando a cada segundo que o inimigo estava mais perto do que nunca. Que ousou cruzar a linha. Que tocou no que eu mais amava.
Liguei pro Carlos antes mesmo do sol nascer. A voz ainda rouca de sono não impediu a eficiência que ele carregava nos ossos desde o tempo em que limpávamos o rastro de crises que nunca poderiam ser públicas.
— Preciso de um time de confiança. Discreto. Nível máximo. — minha voz saiu seca, como se cada palavra fosse uma bala disparada com precisão.
Do outro lado da linha, silêncio por dois segundos.
— Blindagem ou ataque?
— Os dois. Quero olhos em cada esquina. Quero saber onde ele pisa, com quem fala, quanto tempo respira. E quero minha família protegida como se o mundo fosse cair amanhã.
Carlos entendeu. Ele sempre entendia. Em menos de duas horas, três homens estavam na rua, fingindo ser vizinhos recém-chegados. Carros diferentes, rostos comuns. Mas todos armados. To