POV Lorenzo Fabbri
O gelo tilintava dentro do copo enquanto eu girava o uísque com os dedos. A luz baixa do bar criava sombras perfeitas pra esconder o que eu era. Ou, no mínimo, o que eu não queria encarar. Era a terceira dose. Talvez a quarta. Quem conta? Na minha frente, um prato intacto de risoto que já esfriava. Eu não estava ali pela comida. Nem pela bebida. Eu estava ali porque, por um instante, queria esquecer. Quem sou. De onde vim. E o quanto estou metido até o pescoço numa guerra que não foi minha escolha… mas vai terminar nas minhas mãos.
Foi quando vi. Cabelo preso num coque elegante. Um vestido preto colado ao corpo. Salto alto. E a serpente de sorriso. Elena. Ela entrou no restaurante com o andar calculado de quem sabe o efeito que causa. E atrás dela… um homem. Alto, jaleco sob o braço, rosto que eu reconhecia de fotos.
O médico. O pai do filho dela. Andei investigando sobre ela e o que a motivou estar no meio da família Montenegro. E nada mais é do que dinheiro e pode