Capítulo 21 – Palavras que sangram no escuro

POV Isadora Ferraz

Tranquei a porta. Encostei na madeira. Respirei como quem tenta lembrar que ainda tem pulmões.

A briga ainda latejava no corpo. O braço doía. Mas não tanto quanto a alma.

Me despi ali mesmo, jogando o casaco no chão como se fosse armadura vencida. Vesti uma blusa larga, sentei no canto do quarto e peguei o notebook de dentro da mochila escondida no fundo do armário.

Nem acendi a luz.

A tela brilhou azul. O documento abriu.

O cursor piscava como um alerta cardíaco.

Como se perguntasse: “Tá viva aí dentro?”

Meus dedos começaram a digitar antes que a mente organizasse os pensamentos.

“O monstro mora no andar de baixo.

Ele sorri em jantares e segura taças de vinho com a mesma mão que marca braços.

Ele diz que é amor, mas é domínio.

Que é cuidado, mas é coleira.”

Escrevi.

Sem parar.

Sem pensar.

“Na casa dos Montenegro, o silêncio tem preço. E o preço é a própria sanidade.

Eles te dão um quarto. Um contrato. Um vestido.

Mas tiram sua história. Apagam sua voz.”

As lágri
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