POV Isadora Ferraz
Acordei com a sensação de que tinha alguém me olhando.
Não foi um barulho. Nem um sonho. Foi um calafrio na alma, um arrepio que atravessou minha nuca como um aviso silencioso.
O relógio piscava 02:47.
Levantei. Em silêncio. Fui até a porta do quarto. Trancada. Olhei embaixo... e havia algo ali. Uma sombra. Uma movimentação leve. Como se alguém tivesse acabado de se afastar. Abri a porta com a trava na mão. O corredor estava vazio. Mas o ar... estava errado. Carregado. Cheirava a uísque barato e perfume masculino vencido.
Rafael.
Desci as escadas devagar. A mansão dormia. Mas uma luz na sala estava acesa. Fui até lá. A TV ligada sem som. No sofá, Rafael. Dormindo. Ou fingindo dormir. Sem camisa. Coberto até a cintura. Uma taça vazia no chão. A câmera de segurança do hall central? Desconectada.
Segui em direção a cozinha, enchi um copo de água e bebi... Poucos minutos depois subi as escadas de volta com o corpo em alerta e a mente girando. Cada degrau parecia mais al