POV Isadora Ferraz
Sentei no banco com os ombros tensos e o coração feito cacos. A conversa com Dante ainda ecoava no peito como um trovão preso. Eu queria respirar, mas o ar parecia pesar demais.
Me abracei. Frio. Céu nublado. Silêncio. Até que… passos. Lentos. Certeiros. Carregados de algo que gelava o estômago antes mesmo de virar rosto.
— Lugar bonito para morrer, não acha?
Virei devagar. E ali estava ele. Rafael. Saindo das sombras como se sempre tivesse pertencido à escuridão.
— O que você está fazendo aqui? — minha voz saiu baixa. A raiva trancada no peito.
— Seguindo ordens. Protegendo você. Ou, quem sabe, me protegendo de você. Tá difícil saber quem é o predador agora.
— Você é doente. Vai embora.
Ele riu. E deu dois passos à frente. Depois mais dois.
— Sabe o que me irrita em você, Isa? Esse teatrinho de mulher forte. Quando todo mundo sabe que você implora pra ser domada.
— Você está ultrapassando todos os limites.
— Limite é pra quem tem medo.
E então ele avançou. Rápido.