(Ponto de Vista de Sofia)
Fiquei congelada, meu coração martelando no peito enquanto a dor do tapa de Dwayne ainda queimava na minha bochecha. A dor em si não era nada perto do medo que me invadiu logo depois, subindo pela minha espinha e esmagando meu peito com um aperto gelado. Não era o tapa que me perturbava. Era a calma que se seguiu. O silêncio, uma calma perigosa na voz dele, a intensidade fria de seus olhos.
Eu o encarei, incapaz de desviar o olhar.
O olhar dele... Aqueles olhos... Verdes, como esmeraldas, afiados e penetrantes, como se ele pudesse me ver até o fundo da alma. Havia algo neles que me parecia tão assustadoramente familiar. Uma memória enterrada tão fundo em minha mente que começou a rasgar caminho para fora, sem querer ser ignorada. Quanto mais eu olhava para ele, mais algo no fundo da minha mente gritava: "Isso está errado. Tudo isso está errado."
Sua voz, baixa e constante, carregava um peso: calma, mas com uma linha de algo muito mais perigoso. Meu fôlego paro