SeleneQuando os portões da fortaleza começaram a subir, o rangido do ferro pareceu uma música, daquelas que a gente reconhece no coração antes de lembrar a letra. O ar estava frio e limpo, cheiro de chuva esperada e de pólvora velada. Damian ficou de pé à minha direita, postura de Alfa do dia, comando nos olhos, ordem no gesto. Damon, à esquerda, semblante de noite, atenção afiada, sem o som que pesa. Eu, no meio, com as marcas ainda quentes sob a pele, a Lua vibrando na memória.— Abram de uma vez. — disse Damian, voz firme — Metade da guarda no pátio, metade no corredor norte. Cozinha, caldos prontos. Enfermaria, macas vazias e água quente.— E ninguém fica parado olhando. — completou Damon, baixo, mas cortante — Quem não souber o que fazer, segue quem sabe. Se eu vir sombra estranha, eu corto. Se eu ouvir sussurro contra quem entra, eu quebro.As correntes rolaram, e o portão ergueu a boca. As primeiras carroças improvisadas surgiram como barcos cansados saindo do nevoeiro, lona
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