Eu acordei antes do despertador, mas não por causa de uma boa noite de sono. Na verdade, eu mal tinha dormido. Meu corpo ainda estava quente, como se a lembrança de mãos desconhecidas tivesse ficado presa na minha pele. Era ridículo… eu sabia. E mesmo assim não conseguia evitar. Aquele homem — sem nome, sem contexto, sem absolutamente nada — havia me tocado como se me conhecesse. Como se soubesse o que eu escondia até de mim mesma. Passei as mãos no rosto e respirei fundo. Era hora de me levantar. A vida não esperava ninguém. Meu corpo ainda dolorido dos movimentos da noite passada,, uma dor gostosa e prazerosa. Trabalhar na escola infantil não era o emprego dos meus sonhos, mas por quase um ano tinha sido a única coisa estável na minha rotina. E estabilidade, para alguém como eu, era quase luxo. Vesti minha roupa simples — jeans escuro, camiseta da instituição, tênis confortável — e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Antes de sair, me olhei no espelho. Eu parecia a mesma de
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