Ponto de vista do narrador Ele a encarava como se alguma memória estivesse tentando emergir — uma impressão vaga, um brilho reconhecível nos olhos dela, mas que insistia em escapar.Natália, por outro lado, sentia o peso de cada segundo naquele ambiente elegante demais para ela. Tudo ali parecia gritar que ela não pertencia àquele mundo.Mas ele, tinha um jeito calmo, firme, acolhedor.E aquilo tornava tudo menos assustador.— Água? Café? Suco orgânico? — perguntou ele, com sua educação impecável.— Água, por favor — respondeu Natália, a voz quase sumindo.Ele indicou o sofá branco, moderno, certamente mais caro do que tudo que ela já teve. No tapete ao lado, a menininha em jardineira jeans, camiseta rosa e botas infantis brincava com ferramentas de brinquedo. Ao perceber Natália, parou tudo, encarando-a com uma curiosidade pura, encantada.— Você trabalha com crianças, certo? — perguntou o pai.— Não profissionalmente — ela admitiu. — Mas sempre cuidei dos meus irmãos. E estou fazen
Ler mais