AlonzoTrês semanas.Conto nos dedos como um idiota. Três semanas desde que encontrei o quarto vazio, o bilhete curto, e a casa grande demais. Desde então, acordo cedo, durmo tarde e, no meio, finjo que trabalho. A verdade é que não trabalho… sobrevivo.Contratei dois investigadores particulares no dia em que descobri que ela foi embora. Um indicado por um conselheiro antigo e outro por um amigo do meu pai. Os dois me ligam em dias alternados com relatórios que não trazem nada. Falam de aeroportos, fronteiras, movimentação bancária, câmeras. Sempre que dizem “nada”, meu estômago dói.— “Senhor Karvell, nenhum registro em seu documento ou passaporte foi usado nos últimos vinte e um dias.” — o primeiro diz, num inglês formal, como se a frieza ajudasse. — “Verificamos hotéis, companhias aéreas, locadoras. Nada. As companhias aéreas não entregam muito hoje em dia, a não ser com um mandado judicial.”— Ela não é burra. — respondo. — Ela usaria outra rota, outro jeito, ficaria numa casa de
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