O dia seguinte nasceu inquieto, mas não por excesso de sinais.Nasceu inquieto justamente pela ausência deles.Não houve vento empurrando as cortinas, nem estalos nas vigas antigas da casa. O fogo demorou a responder ao toque, como se estivesse indeciso entre existir ou apenas aquecer por obrigação. Até os pássaros, que costumavam marcar o início da manhã, pareciam hesitar antes de cantar.A casa respirava — mas em vigília.Erynn percebeu antes de todos.Estava diante da lareira, observando a chama vacilar sem motivo claro, quando franziu o cenho. Não era fraqueza do fogo. Era contenção.— Ele mudou a estratégia — disse, em voz baixa.Helena, que organizava a mesa com movimentos automáticos, parou no meio do gesto.— Como sabes?Erynn não respondeu de imediato. Aproximou a mão da chama, sem tocá-la, sentindo o calor irregular.— Porque a casa não está reagindo — respondeu por fim. — Não há defesa ativa. Não há rejeição. Ela está… observando.Kael cruzou o espaço com passos lentos.— I
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