O sol da primavera nascia sobre Montevino, espalhando luzes douradas pelos vinhedos que pareciam infinitos. As flores silvestres se abriam entre as fileiras de videiras antigas, e o vento trazia o mesmo perfume doce que, anos atrás, acompanhava as risadas e passos de Isabella.Chiara, agora uma mulher madura e serena, caminhava lentamente entre as parreiras, sentindo sob os pés a terra que havia nutrido tantas gerações. Em cada folha, em cada sussurro do vento, ela reconhecia a voz da mãe — doce, firme, eterna.Aquela manhã, porém, tinha algo diferente. Chiara trazia nas mãos um pequeno caderno de capa de couro, envelhecido, onde Isabella escrevia seus pensamentos, receitas e frases sobre a vida. Entre as páginas, uma anotação se destacava:“Quando as flores nascerem ao redor das vinhas, saberei que o amor ainda vive aqui.”Essas palavras acenderam em Chiara um desejo que há tempos germinava em silêncio: criar algo que mantivesse viva a essência da mãe, não em pedra ou bronze, mas em
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