Enquanto velava o sono de Clara, pensava em como iria fazer para ir a Portugal. Era aniversário do meu pai, mas eu não podia deixá-la naquela situação. Também não poderia levá-la comigo sem pensar em minha mãe, difícil de lidar, sempre capaz de ofender alguém sem perceber.Minha mente girava, já entrando na madrugada, quando o celular vibrou no bolso. Era Graziela, enviando fotos do casamento. Vi que ela ainda estava acordada e liguei — atendeu no primeiro toque.— O que aconteceu, Lorenzo? — falou, assustada, talvez pelo horário ou pelo fato de eu sempre me comunicar por mensagem.— Nada aconteceu, Graziela. Se acalme — falei, tentando soar firme. Olhei para Clara, ainda dormindo, e me afastei para a sacada, puxando a porta de vidro. Através dela continuei observando-a enquanto falava ao telefone.— Graziela, preciso da sua opinião — comecei. — Clara hoje teve uma crise de ansiedade fortíssima… Ela passou muito mal. Não consigo ir a Portugal e deixá-la assim, e tenho medo de levá-la
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