A primeira coisa que Cássio sentiu foi o peso.O peso na cabeça, no corpo, no estômago — e o gosto amargo da ressaca, misturado ao vazio de algo que não lembrava direito.Abriu os olhos devagar. A claridade invadia o quarto, ferindo sua vista.Por alguns segundos, não reconheceu o lugar. O teto branco, o abajur moderno, o lençol amarrotado.Então, a lembrança veio em fragmentos: a foto de Helena com Santiago. O bar. O uísque. Depois — nada.Como se alguém houvesse cortado uma parte da sua linha do tempo.Virou-se. Silvia dormia esparramada do outro lado da cama, o lençol mal cobrindo o corpo. O cabelo curto, no ombro, deixando a mostra os contornos de suas costas nuas.Cássio se sentou apoiando os cotovelos nos joelhos, e esfregou o rosto. O quarto girava levemente. Mas logo algo o incomodou. Olhou pela janela, lá fora, o sol já estava alto demais. Algo estava errado.Levantou num salto, o coração disparando.— Droga! — exclamou, procurando o celular.Encontrou-o no bolso da calça, jo
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