Mundo ficciónIniciar sesión“Depois do medo, vem o mundo.” Clarice Lispector.
Helena pegou o celular que havia deixado no chão e começou a caminhar de volta para casa.
O frio que se espalhava pelo corpo contrastava com o calor que ainda ardia no peito.
Nunca se imaginou capaz de agir sem pensar. Durante os últimos anos, o medo a havia paralisado: medo de errar, de perder, de ser julgada. Mas, naquela manhã, ela se lançou na água antes que o medo tivesse tempo de falar mais alto. E ali, no meio do caos, compreendeu algo simples e poderoso: a coragem não é a ausência do medo — é o impulso de seguir, apesar dele.Quando chegou em casa, tirou as roupas molhadas e foi direto para o chuveiro.
A água quente caiu como um alento. Vestiu uma calça de moletom cinza e uma blusa branca simples, o cabelo ainda úmido preso num coque frouxo. A simplicidade a confortava. Havia beleza em estar à vontade consigo mesma.Ao sair do banheiro, o celular vibrou sobre a







