Cássio ainda não conseguia se acalmar.
O som abafado da cidade parecia zombar do turbilhão dentro dele.
Tudo o que queria era voltar para casa, ver Helena — mas o destino o mantinha preso ali, num hotel caro, a quilômetros de distância, com a mulher errada.
Suspirou pesado, o corpo cansado demais para pensar com clareza, e ainda assim, incapaz de descansar.
A simples ideia de voltar para o quarto e encarar Sílvia o enojava.
Precisava de ar.
Seguiu para o bar do hotel. O ambiente era elegante e silencioso, pontuado apenas pelo tilintar dos copos e pela música de fundo.
Escolheu o assento mais distante do balcão e pediu uma dose de uísque.
Virou-a de uma vez, sentindo o calor queimar-lhe a garganta e, com um gesto seco, pediu outra.
A imagem de Helena sorrindo — na foto, com Santiago — voltava como um soco.
Não... ela não podia estar o traindo.
Não Helena. Ela era doce demais, pura demais.
Mas a dúvida era uma serpente — e ele sentia o veneno se espalhar.
E então, de repente, ve