“Mesmo na paleta mais calma, há tons que anunciam a ameaça.”
Na manhã seguinte, o relógio marcava pouco mais que oito horas quando Santiago ouviu duas batidas leves na porta.
Ele levantou o olhar do notebook e, ao reconhecer o rosto familiar, um sorriso cansado se formou.
— Ei, Santi! — disse Marcelo, abrindo um sorriso largo ao entrar no escritório.
— Fala, meu velho. — Santiago se levantou, e os dois se cumprimentaram com um abraço bruto com bons tapas nas costas, do tipo que só bons amigos dão.
Marcelo jogou-se na poltrona à frente da mesa e soltou um suspiro.
Santiago percebeu — o semblante do amigo estava diferente, mais sério do que o habitual.
— E aí? — perguntou, voltando a se sentar. — O que tem pra mim?
O detetive apoiou os cotovelos na mesa, respirou fundo e tirou uma pasta da bolsa que trazia consigo, entregando-a a Santiago.
— Você estava certo — disse, com a voz baixa, entregando o material.
Santiago pegou a pasta e a abriu, os dedos tensos.
Dentro, havia algumas fotográ