A ilha a recebeu de braços abertos e quentes. O ar era denso com o cheiro de sal e hibiscos, um contraste brutal com a fragrância de chuva e asfalto que ela havia deixado para trás. Aqui, as pessoas se moviam com a calma da maré, seus rostos bronzeados pelo sol, seus sorrisos fáceis e genuínos. Nos primeiros dias, Maria fez pouco mais do que dormir, caminhar pela areia branca e deixar que o sol beijasse sua pele, tentando derreter o gelo que se instalara em suas veias. Ela era apenas uma mulher, sem sobrenome, sem um contrato amarrado à alma.Na terceira noite, a dona da pequena e charmosa pousada onde estava hospedada lhe falou sobre o Festival da Maré Escondida, uma tradição local. A lenda contava que, uma vez por ano, os espíritos do mar subiam à terra, seus rostos ocultos por máscaras para não ofuscar os mortais, e dançavam com os moradores da ilha para garantir um ano de boa pesca e sorte."Todos usam máscaras, senhora", disse a mulher, os olhos brilhando. "É a noite em que vo
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