Amélie MoreauAcordei naquela manhã com uma estranha sensação. Não era apenas indisposição comum ou um cansaço passageiro, era algo que parecia vir de dentro, como se meu corpo quisesse me avisar de que algo não estava bem. Meu peito subia e descia rápido, o ar parecia não preencher os pulmões como deveria e, a cada inspiração curta, a ansiedade ganhava mais espaço.Sou psicóloga, conheço os sintomas, sei identificar os sinais… e essa mania que nós, profissionais da mente, temos de nos autoavaliar me fez diagnosticar de imediato: crise de ansiedade. Ainda assim, por mais que o racional me dissesse que era “apenas” isso, o coração gritava que havia algo mais, algo que eu não conseguia nomear.Levantei-me da cama com esforço, os pés frios encontraram o chão de madeira do quarto e um leve tremor percorreu minhas pernas. Caminhei até o quarto de Aurora, minha irmã, e bati suavemente à porta. Ela abriu quase de imediato, o olhar dela cheio de preocupação ao perceber meu estado.— Eu não es
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