O silêncio reinava no quarto, pesado e quase sufocante, quebrado apenas pela respiração irregular de ambos. O suor ainda escorria pelas têmporas de Marina, e o calor do corpo de Kieran parecia irradiar por todo o espaço, tornando o ar denso, carregado de uma tensão diferente da que houvera antes. Mas, agora, a intensidade da paixão se dissolvia lentamente, deixando à mostra algo inesperado: o desconforto dele, aquela dor que não se via nos olhos predatórios, mas que pulsava em cada gesto, em cada músculo tenso. — Kieran… — repetiu Marina, desta vez com mais firmeza, deslizando os dedos com cuidado pelo ombro machucado dele. — Você precisa se deitar de verdade. Deixar que eu cuide disso. Ele riu baixo, um som grave que fez o peito dela estremecer, e mesmo com o toque de humor, era possível perceber o quanto ele estava vulnerável. — Eu já estou deitado, princesa. — Tentou disfarçar, mas o leve cerrar dos dentes denunciava a tensão, a dor contida, a necessidade de não mostrar fraqueza.
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