LaísO dia seguinte à roda cultural começou como um reflexo do eco que ela provocou. No mercado, uma senhora me parou no corredor para elogiar: — Você falou bonito no vídeo, menina. A gente precisa de mais gente assim. — Sorri, agradeci. Mas, logo depois, outro cliente me lançou um olhar desconfiado e cochichou com o caixa. Era como se eu tivesse me tornado um rosto conhecido, amado por uns, questionado por outros. O peso disso era novo, e me deixava dividida entre orgulho e receio.Na ONG, o clima era de movimento intenso. Pilhas de papéis, telefonemas de apoiadores, convites para eventos comunitários e, entre tudo isso, comentários atravessados de comerciantes que já deixavam claro o incômodo com nossa visibilidade. O impacto era real: pela primeira vez, a ONG estava no centro da conversa da cidade. Isso nos fortalecia, mas também nos expunha.***Nanda convocou todos para uma reunião de emergência. A sala estava cheia: Gabriela, Rafaela, Lucas, Breno, Eduardo e eu. O barulho do ven
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