Gael LubiancoCancelei toda a minha agenda e resolvi ficar em casa. A verdade é que não fazia sentido algum sair, tentar fingir que estava tudo bem quando tudo dentro de mim gritava o contrário. A casa parecia maior, vazia, fria. Cada canto trazia uma lembrança dela, o riso de Leandra ecoava pelos corredores como um fantasma que me perseguia.Os meninos acordaram cedo, como sempre faziam quando ela estava por perto, mas dessa vez, ao perceberem o silêncio e a ausência da voz doce que os chamava para o café, vieram direto até mim.— Papai, mamãe? — Breno perguntou, com os olhos ainda sonolentos.— A mamãe precisou viajar, campeão. — Tentei sorrir. — Mas ela volta em breve, tá bom?— Quero mamãe — ele murmurou, e em seguida Bruno começou a choramingar também, um coro de saudade que cortou fundo.Sentei-me entre os dois e os abracei, apertando contra o peito.— Não vamos poder ver a mamãe por um tempo — disse, tentando manter o tom sereno.Bruno me olhou com o cenho franzido, aquele olha
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