Gael LubiancoO dia, exaustivo. Ainda assim, o primeiro pensamento foi encontrá-la. Sempre era. Desde que Leandra entrou na minha vida, a casa ganhou outro ritmo mais leve, mais viva. Mas, naquela noite, ao cruzar a porta, um silêncio diferente me recebeu. Um silêncio denso, que parecia esconder algo.— Boa noite, seu Gael — disse dona Francisca, surgindo na sala com o mesmo sorriso acolhedor de sempre. — Chegou na hora certa, o jantar tá prontinho.— Boa noite, dona Francisca. — Larguei as chaves sobre o aparador, soltando um suspiro discreto. — E Leandra, está bem?Ela pousou o pano de prato sobre o balcão e me olhou com serenidade. — Está sim, só um pouco cansada. Foi um dia cheio pra ela. Os meninos deram trabalho, e ela mal teve tempo de respirar. Já foi se deitar um pouco.A resposta soou simples, mas algo dentro de mim continuava inquieto. Leandra raramente se entregava ao cansaço. Mesmo quando exausta, sempre dava um jeito de me esperar na sala, ou vinha sorrindo com aquele ol
Ler mais