O ronco dos motores começou antes do sol. Era um som grave, insistente, que se aproximava devagar pela estrada de terra. Quando saí do alojamento, o céu ainda estava cor de cinza e o ar tinha cheiro de lona úmida.June apareceu ao meu lado, o cabelo bagunçado de sono. Bocejou tão alto que achei que ia acordar todo mundo.— Parece o fim do mundo — disse, esfregando os olhos.— Ou só outro começo — retruquei, embora não soubesse se acreditava nisso.Os caminhões surgiram na curva, um depois do outro. Eram grandes, com brasões do governo pintados nas laterais e soldados de uniforme claro que desciam rápido, já segurando pranchetas e rádios. Alguns veículos carregavam madeira, outros rolos de cabos, telhas empilhadas. Havia geradores, caixas de mantimentos e sacos de cimento. Tudo tinha aquele ar definitivo de quem não vem só pra olhar.Deborah chegou por trás, o rosto cansado, mas os olhos atentos.— Equipes de engenharia militar — disse, baixo. — Vieram reconstruir as cidades vizinhas.
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