O aviso chegou no meio da tarde, quando o pátio parecia calmo demais. Um dos soldados passou avisando que o rádio tinha recebido boletins de tempestade — não um furacão, mas uma frente fria com chuvas fortes e ventos que podiam derrubar lonas e encharcar os alojamentos mais frágeis.
— Não parece grande coisa — disse Deborah, enquanto olhava o céu. — Mas ninguém aqui quer arriscar.
June prendeu o cabelo num coque rápido, o rosto sério como eu nunca tinha visto.
— O que a gente faz? — perguntou ela.
— O que sempre fizemos — respondeu Deborah. — Prepara tudo.
Foi diferente de todas as outras vezes. Não havia medo cego, nem aquela sensação de que tudo podia sumir de repente. Só determinação. Uma espécie de respeito tranquilo pela força do que vinha.
Passamos as horas seguintes recolhendo materiais, amarrando lonas, reforçando as portas dos contêineres. Os engenheiros civis que tinham vindo ajudar com a reconstrução se ofereceram pra montar um abrigo provisório ao lado do galpão da escola.