O dia começou com o som familiar de vozes no pátio. Quando abri a porta do contêiner, vi que já havia um grupo reunido perto do galpão. Deborah estava no meio deles, gesticulando com a prancheta em mãos.
June se aproximou com dois cafés, estendendo um pra mim.
— Você acordou tarde hoje — disse ela, mas o tom era mais de carinho do que de crítica.
— Ontem foi… muito — respondi, pensando na carta do Owen, na certeza de não voltar e em tudo que ficou depois daquilo.
— E hoje vai ser muito também — comentou ela, dando um gole no café. — Deborah quer conversar com a gente.
— Sobre o quê?
June respirou fundo.
— Sobre o futuro da base.
Fomos juntas até o círculo de pessoas. Deborah esperava com o semblante sério. Ao lado dela, um dos militares revisava uma lista, mas mantinha distância respeitosa.
— Sei que todos têm pensado sobre o que vai acontecer quando a reconstrução avançar — começou ela. — Alguns já decidiram voltar às cidades. Outros, seguir pra outro lugar. Mas há quem não tenha pra