lClara entrou na sala privativa como quem invade um território inimigo: linda, fria e decidida.Mas por dentro?Um vulcão vestido de seda.Dante estava encostado na bancada, sem blazer, mangas da camisa branca dobradas até os cotovelos, um botão a mais aberto no colarinho — e um sorriso de quem já sabia que estava fodido e feliz por isso.A mesa? Perfeita.Almoço quente servido.Risoto de limão siciliano com camarões grandes e carnudos. Aspargos salteados. Vinho branco da Borgonha.Mas Clara não olhou pra comida primeiro.Olhou pra ele.— “Almoço gourmet? Que charme…” — ela provocou, largando a bolsa na poltrona com descuido proposital.— “Pra você, só o melhor.” — ele respondeu, puxando a cadeira.— “E o mais caro, claro.” — ela se sentou, cruzando as pernas com precisão assassina. — “Isso tudo pra me impressionar ou pra compensar a visita da Barbie Fantasma de saia justa?”Dante sorriu. Um sorriso de canto, meio torto, meio sacana.— “Letícia é passado. Um capítulo que eu já arranqu
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