AurielA sensação de urgência cresce dentro de mim, vibrando como um segundo coração. Sinto que meu tempo está acabando, que cada segundo que passo ali é precioso e ao mesmo tempo perigoso.Eu preciso agir. Preciso pensar. Preciso encontrar uma saída antes que Darius decida voltar atrás em sua permissão. Antes que ele perceba que eu estou tentando me mover contra ele.E, enquanto observo todos ali olhando para mim com esperança e desespero, sinto o peso esmagador da responsabilidade descer sobre meus ombros, como se nesse instante meu destino, e o deles, dependesse da próxima palavra que eu direi.“Ele diz que é o verdadeiro herdeiro ao trono,” comento com cautela, escolhendo cada palavra como se elas fossem capazes de acender explosões ao meu redor. “Que o pai dele era Drave Frost. É verdade?” pergunto apreensiva, sentindo meu estômago apertar enquanto olho para Caelum, esperando que ele negue, que aquilo tudo seja apenas uma mentira criada pela mente perturbada de Darius.Caelum olh

Thorne“Que isso, Auriel, não fique acanhada agora. Diga para ele a grande novidade, diga...” Darius diz animado, a voz carregada de uma provocação perversa, e empurra Auriel para frente como se ela fosse um animal acanhado que precisa ser exibido. O gesto dele é brusco, impaciente, totalmente destituído de qualquer respeito.Ela tropeça nos próprios pés, o corpo vacilando por um instante, e por reflexo eu avanço para frente, meu corpo reagindo mais rápido que minha mente. A corrente estica com força ao redor do meu pescoço, mas mesmo assim consigo alcançar o suficiente para impedir que ela caia. Nossas mãos se esbarram e, por um breve segundo, o calor da pele dela toca a minha. O corpo dela encosta no meu, e eu a seguro com delicadeza, como se fosse possível protegê-la mesmo estando acorrentado. O aroma dela me invade — suave, familiar, devastador — e a sensação me atinge com tanta intensidade que por um instante esqueço até da dor latejando na minha garganta.“Eu vou tirar você daq

Auriel Observo-o partir pelo corredor a passos firmes e com uma postura totalmente elevada e arrogante, os ombros erguidos, o queixo alto, como se cada piso do castelo fosse uma extensão natural do seu domínio.Os ecos dos passos dele se afastam e, à medida que o som diminui, eu sinto meu peito se aliviar um pouco.Em um ato de reflexo, limpo minha boca com a manga da minha blusa, esfregando com força, tentando retirar todo o traço e gosto que ele tenha deixado em mim, como se eu pudesse apagar o registro do toque dele.Um arrepio de repulsa percorre meu corpo e eu respiro fundo, tentando recobrar o controle.Foco meus pensamentos no plano que consegui elaborar desde a minha ida às masmorras. Seguro essa ideia com toda a força que tenho, como se fosse a única corda que me impede de despencar.Caminho até a sala de feitiços, onde meu grimório está, e cada passo que dou parece carregar não apenas meu corpo, mas o peso de todas as vidas das quais dependo para salvar.A soberba do Darius

Thorne“Nyra, mais rápido!” peço com impaciência. “Concentre-se no cheiro dela!” Minha mente se estreita ao redor dessa única prioridade.“Criança, pare de me dar ordens. Eu sei o que estou fazendo!” Nyra responde atravessada. O tom dela carrega uma irritação orgulhosa, como se eu estivesse questionando algo óbvio.Me controlo para não debater com ela, porque sei que isso não serve para nada. Engulo a resposta que quase sai, mantenho o foco no nosso objetivo.Nyra continua correndo e finalmente captamos o cheiro da Auriel e isso nos atinge como uma onda. O cheiro dela é familiar, confortável, misturado com medo, suor, magia e uma coragem que eu reconheço mesmo à distância.O desespero da Auriel é quase palpável, mesmo que eu não esteja vendo-a ainda, uma energia ansiosa que parece vibrar no ar ao nosso redor.A visão invade a minha memória novamente. O medo de ter chegado tarde demais quase me dominando. Por um instante, a imagem dela caída no chão, sangrando ou imóvel, tenta se insta

Auriel Sinto um calor passar dos seus dedos para a minha pele e a sensação de magia percorrendo toda a atmosfera. É como se o ar ao nosso redor ficasse mais denso, carregado, vibrando com energia invisível.A mão do Thorne fica iluminada com um tom avermelhado, quase um vermelho rubro, uma luz pulsante que dá vida ao que ele está fazendo. Com essa fonte de luz, eu consigo enxergar melhor o seu rosto.Ele está concentrado no que está fazendo e isso o torna ainda mais bonito, mais intenso, mais real. A expressão dele é séria, os olhos fixos, os lábios cerrados em foco total.A dor diminui até que some completamente. O alívio vem como um suspiro que atravessa meu corpo inteiro, relaxando músculos que estão tensos há tempo demais.Me sinto ainda fraca e um pouco zonza, mas sei que é pela perda de sangue. Minha cabeça gira levemente, como se eu estivesse flutuando, mas pelo menos eu não estou mais sendo dilacerada por dentro.Thorne solta um suspiro aliviado e eu respiro fundo, enchendo f