Auriel
Ver Thorne preso daquela forma, como um animal raivoso, me deixa chocada, completamente paralisada por alguns instantes. Meu peito aperta, o ar parece escapar dos meus pulmões em pequenos suspiros trêmulos, e meus olhos se fixam nele, incapazes de desviar. O modo como ele está subjugado, como tenta lutar contra correntes que o mantêm contido, desperta em mim um terror profundo, mas também uma tristeza sufocante.
É como se eu assistisse alguém que amo ser despedaçado por dentro, mesmo que seu corpo ainda esteja inteiro. Sinto meu estômago revirar, minhas mãos suarem e um frio intenso subir pela minha espinha, se instalando na base da nuca.
Darius se transforma rapidamente em uma criatura que eu não reconheço, se revela diante de mim como um estranho usando o rosto de alguém que eu achei que conhecia. A cada gesto dele, a cada palavra dita com calma controlada, eu vejo um lado mais sombrio, mais perverso, se escancarando.
Se transforma em um homem cruel e sádico, alguém que sente