Auriel
Observo-o partir pelo corredor a passos firmes e com uma postura totalmente elevada e arrogante, os ombros erguidos, o queixo alto, como se cada piso do castelo fosse uma extensão natural do seu domínio.
Os ecos dos passos dele se afastam e, à medida que o som diminui, eu sinto meu peito se aliviar um pouco.
Em um ato de reflexo, limpo minha boca com a manga da minha blusa, esfregando com força, tentando retirar todo o traço e gosto que ele tenha deixado em mim, como se eu pudesse apagar o registro do toque dele.
Um arrepio de repulsa percorre meu corpo e eu respiro fundo, tentando recobrar o controle.
Foco meus pensamentos no plano que consegui elaborar desde a minha ida às masmorras. Seguro essa ideia com toda a força que tenho, como se fosse a única corda que me impede de despencar.
Caminho até a sala de feitiços, onde meu grimório está, e cada passo que dou parece carregar não apenas meu corpo, mas o peso de todas as vidas das quais dependo para salvar.
A soberba do Darius