O Lobo Sem NomeA brisa cortava a floresta como uma voz sussurrada.Estava amanhecendo, mas o céu se mantinha opaco, como se o sol hesitasse em nascer.Meu corpo ainda sentia os ecos da visão, da presença da Rainha, da dor e do poder.O chão sob meus pés parecia vibrar.Selyra estava inquieta.Mas não por medo.Por algo que ela ainda não nomeava.Algo que vinha se aproximando… passo a passo.Andei em silêncio, tentando reconhecer o caminho de volta para a mansão, mas percebi rápido que havia me desviado.A trilha parecia diferente.Mais fechada.Mais viva.Mais antiga.As árvores aqui eram negras e espessas, suas raízes formavam espirais no solo, como símbolos esquecidos.E foi então que eu o vi.De pé, entre as sombras, encostado em uma árvore tortuosa, havia um homem.Ele não parecia assustado.Nem surpreso.Era como se estivesse me esperando.A pele dourada pelo sol, os cabelos castanhos escuros caindo até o queixo, os olhos acinzentados como névoa sobre o gelo.Seu corpo era alto,
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