A Universidade Federal do Paraná estava lotada.Auditório principal, mais de trezentas pessoas sentadas. Outras em pé, encostadas nas paredes, celulares a postos, câmeras transmitindo ao vivo. Aurora havia sido convidada para abrir o evento "Literatura, Ética e Vozes Marginalizadas" — tema que, até pouco tempo, pertencia apenas às discussões de nicho. Agora, era pauta nacional.Ela vestia preto, os cabelos soltos, um pequeno caderno de anotações em mãos. Ao seu lado, a coordenadora do curso de Letras e um professor visitante — que não reconheceu de imediato.Até ouvir a voz dele no microfone:— Nossa convidada de hoje transformou uma editora independente em um verdadeiro refúgio de narrativas silenciadas. Mas... será que a literatura deve acolher tudo? Até quando ética e liberdade podem caminhar juntas?O impacto veio como uma pedrada emocional.Professor Gabriel Alencar.Aurora o conhecia bem demais.Ele fora seu orientador durante a pós-graduação em Crítica Literária. Brilhante, elo
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