Theodoro LancasterO som da voz de Klaus Meyer ecoava pela sala, aquele inglês arrastado pelo sotaque alemão soava quase como uma música para os meus ouvidos. Música de dinheiro, claro. Cada palavra carregava a promessa de cifras, contratos e uma expansão que eu perseguia havia meses. Ele falava sobre projeções, vantagens competitivas, possibilidades no mercado brasileiro… exatamente o que eu queria ouvir, e o que meu time tentava — sem sucesso — conquistar há quase um ano.— Se os números se mantiverem estáveis, como essa projeção sugere, acredito que podemos avançar… — disse Klaus, ajeitando os óculos de armação fina sobre o nariz, enquanto seu CFO apenas acenava, conciso, confirmando cada palavra.À minha esquerda, Mario rabiscava anotações com sua Montblanc, atento, focado, profissional até demais. Seu blazer azul-marinho contrastava com o couro marrom das cadeiras da sala, e o cheiro do seu perfume amadeirado preenchia o ar, se misturando aos aromas de café que ainda residiam no
Ler mais