O campo parecia mais frio quando eles voltaram para o carro. O céu nublado, tingido de cinza, dava a impressão de que a tarde carregava algo não dito. Luna dirigia no caminho de volta em silêncio, o olhar fixo na estrada, mas o coração acelerado. Suas mãos suavam no volante, apesar do ar-condicionado que mantinha o carro em uma temperatura confortável. Sentia-se inquieta, como se algo estivesse prestes a mudar, mas ainda sem nome.Ao seu lado, Caio observava pela janela. Não parecia ver realmente o que passava do lado de fora — árvores, casas esparsas, postes, placas — como se tudo fosse pano de fundo para algo mais profundo dentro dele. Havia uma tensão no ar, densa, sutil, mas inegável.— Você tá bem? — Luna perguntou, finalmente, quebrando o silêncio com voz baixa, quase um sussurro.Caio demorou alguns segundos para responder. Quando o fez, foi com uma palavra só, dita como se ela carregasse o peso de anos:— Marina.Luna sentiu o nome pesar no ambiente. Não de forma ciumenta, mas
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