Luna estava nervosa quando chegou ao salão principal da conferência em Lisboa. Mas ao mesmo tempo estava maravilhada, pois o salão parecia uma pintura em movimento. Lustres de cristal enormes, um palco bonito, bem iluminado com tons dourados e lilases, e um público de centenas de mulheres de todas as partes do mundo. Líderes, ativistas, escritoras, sobreviventes. Todas estavam ali por ela, para ela, e pela causa. Todas que, de alguma forma, foram machucadas também, silenciadas, ou que, de alguma forma já haviam presenciado ou estavam ali apenas para apoiar a causa – que era sem dúvidas, um marco para as mulheres.Quando começou a chegar o momento de Luna falar, ela sentiu o coração na garganta. E o frio na barriga que ela sentiu não era medo — era a responsabilidade de representar vozes que, por muito tempo, não foram ouvidas. E agora ela estava pronta para falar para essas mulheres, para dar voz a um assunto tão vívido na vida das mulheres, e ao mesmo tempo, que ficava à margem delas
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