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Capítulo 9 - Treinamento e Descobertas

A sensação de ter um lobo dentro de mim era inebriante. Depois daquela noite de dor e revelação, eu me sentia mais completa, mais eu mesma. Meu lobo, com seu pelo castanho chocolate e olhos intensos, era tudo o que eu esperava e mais. A insegurança sobre meu corpo humano ainda estava lá, um sussurro persistente, mas em minha forma lupina, eu me sentia poderosa, ágil, capaz. Ou pelo menos, era o que eu pensava.

O treinamento básico para controlar minha forma lupina e meus novos sentidos começou quase imediatamente. Eu era uma lobisomem recém-transformada, e embora meu lobo fosse forte e bonito, a transição de um corpo humano desastrado para um corpo lupino poderoso não foi tão suave quanto eu imaginava.

Minhas primeiras tentativas de correr como um lobo eram... cômicas, para dizer o mínimo. Eu tropeçava nas minhas próprias patas, rolava na grama, e muitas vezes acabava com o focinho enterrado na terra. Meus sentidos, antes tão aguçados, eram agora uma sobrecarga de informações. O cheiro de cada folha, de cada criatura na floresta, era esmagador. Os sons distantes pareciam estar bem ao meu lado, e a visão, embora mais nítida, exigia que eu aprendesse a focar e a filtrar o que era importante.

"Você precisa se concentrar, Ana!", Lia me instruía, rindo enquanto eu tentava, sem sucesso, seguir um coelho que corria pela floresta. Lia, que havia se transformado alguns meses antes de mim e já estava muito mais adaptada, era uma caçadora nata. Seu lobo, um animal esguio e veloz de pelo claro, movia-se com uma elegância que eu invejava.

"É mais difícil do que parece, Lia!", eu uivava em resposta, frustrada, enquanto tentava me levantar de mais uma queda. Minhas patas pareciam ter vida própria, e eu ainda não conseguia coordená-las com a agilidade que eu via nos outros lobos. Eu era uma lobisomem, sim, mas ainda era a Ana desastrada, mesmo em quatro patas.

Nossos treinadores, lobos mais velhos e experientes do castelo, eram pacientes, mas firmes. Eles nos ensinavam a rastrear, a caçar, a nos mover silenciosamente pela floresta. Eu era boa em aprender, mas a prática era um desafio. Eu me esforçava, com toda a minha coragem e a alegria que eu sentia ao estar em minha forma lupina, mas era um processo lento.

Apesar das minhas dificuldades, a sensação de liberdade quando eu corria, mesmo que por alguns metros sem cair, era indescritível. O vento em meu pelo, o cheiro da floresta, a conexão com a natureza... era tudo o que eu sonhava. E com Lia ao meu lado, rindo e me encorajando, o treinamento se tornava mais divertido. Ela era minha aliada, minha parceira em todas as minhas desventuras lupinas.

E então, havia Dominic. Meu padrasto. Ele não participava diretamente do meu treinamento básico, mas eu o via. Ele estava sempre lá, observando de longe, uma figura imponente na borda da clareira ou em uma das torres de vigia do castelo que dava para a área de treinamento. Seus olhos dourados me seguiam, e eu podia sentir a intensidade de seu olhar.

Eu me perguntava o que ele pensava. Ele via minha desastrosidade? Ele via a filha da mulher que ele amou lutando para se adaptar? Eu sentia que ele me observava com um misto de orgulho e preocupação. Havia um carinho quase paternal em seu olhar, sim, mas também uma complexidade emocional que eu não conseguia decifrar. Era como se ele estivesse procurando por algo em mim, algo que ele já conhecia, mas que eu ainda não compreendia.

Às vezes, quando eu conseguia realizar uma manobra particularmente difícil, ou quando eu rastreava algo com sucesso, eu o pegava com um sorriso quase imperceptível nos lábios. Era um sorriso que raramente mostrava a outros, e eu o guardava como um tesouro. Aqueles pequenos sinais de aprovação dele significavam muito para mim. Eu queria que ele sentisse orgulho, que ele me visse como uma lobisomem digna de seu respeito.

Minhas descobertas não se limitavam apenas ao controle do meu corpo lupino. Eu comecei a entender o mundo de uma forma diferente. Os cheiros me contavam histórias: quem havia passado por ali, o que havia comido, para onde estava indo. Os sons me alertavam para perigos distantes ou para a presença de animais. Minha intuição, que antes era apenas um pressentimento, agora era um instinto lupino, uma voz interior que me guiava.

Eu ainda era Ana, a garota curvilínea e desastrada, mas agora eu tinha uma nova camada, uma nova identidade. Eu era um lobo. E, apesar das minhas lutas, eu estava aprendendo, crescendo, me adaptando. Minha coragem, que antes se manifestava em pequenas explorações solitárias, agora me impulsionava a enfrentar os desafios do treinamento. Minha alegria, que eu guardava para Lia e para meus momentos sozinha, agora transbordava quando eu corria livremente pela floresta.

Dominic continuava sendo uma figura distante, mas sua presença era um lembrete constante de que eu não estava sozinha. Eu sentia seu olhar sobre mim, e isso me dava uma força silenciosa. Eu sabia que ele me amava, à sua maneira reservada, e isso era o suficiente por enquanto. Eu era a filha da mulher que ele amou, e agora, eu era uma lobisomem. E o caminho à minha frente, com todas as suas descobertas e desafios, estava apenas começando. Eu estava pronta para aprender mais, para me tornar mais forte, para abraçar plenamente a minha nova natureza.

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