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Capítulo 7 - Os Doze Anos de Ana e a Preocupação Silenciosa de Dominic

O ar no Castelo Lycan parecia vibrar com uma tensão crescente à medida que meu décimo segundo aniversário se aproximava. Não era uma tensão ruim, mas uma expectativa palpável que pairava sobre todos os jovens lobisomens da minha idade. Era o nosso rito de passagem, o momento em que nosso lobo interior despertaria, a primeira transformação. Todos falavam sobre isso, os mais velhos com nostalgia e os mais novos com uma mistura de excitação e nervosismo. Eu não era diferente.

Mas, para mim, havia uma camada extra de ansiedade que eu guardava para mim mesma, uma insegurança que me acompanhava desde que eu me lembrara. Eu era curvilínea, sim, como as descrições da minha mãe, mas eu também era... gordinha. Não obesa, mas com uma maciez que outras garotas da minha idade não tinham. Lia, minha melhor amiga, era esguia e elegante, com um corpo que parecia feito para a agilidade de um lobo. Eu, com meu 1,56m de altura e minhas curvas mais arredondadas, sentia-me desajeitada, um pouco fora do lugar em um mundo onde a força e a agilidade eram tão valorizadas.

Eu me olhava no espelho dos meus aposentos, traçando as linhas do meu corpo com os olhos, e suspirava. Meus cabelos cor de chocolate eram ondulados e caíam em cascata, e minhas sardinhas, embora Lia dissesse que eram charmosas, pareciam apenas mais uma coisa que me fazia diferente. Meus olhos castanhos expressivos, que eu sabia serem um espelho da minha mãe, muitas vezes revelavam a timidez que eu tentava esconder. Como seria meu lobo? Seria um lobo gordinho também? A ideia me fazia encolher. Eu queria um lobo forte, majestoso, algo que compensasse a forma como eu me sentia em minha própria pele.

Lia, alheia às minhas inseguranças mais profundas, estava vibrando de empolgação. "Ana, você consegue imaginar? Em breve, poderemos correr pela floresta como lobos de verdade! Caçar, sentir o cheiro da presa a quilômetros de distância! Meu lobo vai ser enorme e super rápido, eu sei!"

Nós passávamos horas conversando sobre isso, sentadas em nosso refúgio secreto no jardim, ou sussurrando sob os cobertores em uma das raras vezes em que Lia passava a noite no castelo. Ela sempre me encorajava, sua energia contagiante me puxando para fora da minha própria cabeça.

"E o seu, Ana? Como você acha que vai ser o seu lobo?", ela perguntava, seus olhos verdes brilhando de curiosidade.

Eu hesitava, mordendo o lábio. "Eu... eu espero que seja forte. E bonito. Não quero ser um lobo desastrado, Lia. Já sou desastrada o suficiente como humana." Eu tentava fazer uma piada, mas a pontada de verdade em minhas palavras era difícil de ignorar.

Lia me dava um empurrão amigável. "Bobagem! Você é linda, Ana! E seu lobo será incrível. A Deusa da Lua não comete erros. E você é filha do Rei Lycan! Seu lobo será poderoso, eu garanto."

As palavras de Lia eram um bálsamo, mas a dúvida persistia. Eu via as outras garotas da minha idade, algumas já exibindo uma graça inata, corpos mais esguios e atléticos. Elas pareciam prontas para a transformação, para a vida como lobisomens. Eu me sentia como um patinho desajeitado no meio de cisnes.

E então havia meu padrasto, Dominic. O Rei. Ele era uma presença constante no castelo, mas ainda tão distante. Eu o via em reuniões com os Alfas, sua figura imponente dominando qualquer ambiente. Seus olhos castanhos com reflexos dourados, que eu sabia serem capazes de ver tudo, às vezes se demoravam em mim. Não era um olhar de raiva, nem de desaprovação, mas havia uma complexidade neles que eu não conseguia decifrar. Uma preocupação sutil, quase paternal, mas tingida de uma melancolia que eu associava à perda da minha mãe.

Eu me perguntava o que ele pensava quando me via. Ele via a filha da mulher que ele amou, ou via uma criança desajeitada e... gordinha? Eu me esforçava para ser mais graciosa, para não tropeçar nos próprios pés, para não derrubar as coisas. Eu queria que ele sentisse orgulho de mim, que ele me visse como algo mais do que um lembrete de sua perda. Mas ele estava sempre tão ocupado, tão imerso nas responsabilidades do reino, que eu duvidava que ele tivesse tempo para notar minhas pequenas lutas internas.

A pressão era imensa. Todos no castelo, e em todas as alcateias, esperavam que a filha do Rei Lycan tivesse uma transformação impressionante. Eu era uma figura pública, mesmo sendo apenas uma criança. O que aconteceria se meu lobo não fosse tão grandioso quanto o esperado? Se eu não fosse tão forte ou rápida quanto os outros? O peso da expectativa era quase tão pesado quanto a minha própria insegurança.

Minhas noites eram preenchidas com sonhos vívidos sobre a transformação. Eu me via correndo pela floresta, o vento em meu pelo, a sensação de liberdade preenchendo cada fibra do meu ser. Mas, em alguns pesadelos, eu me via presa, meu corpo humano se recusando a mudar, ou, pior ainda, me transformando em algo pequeno e fraco, um lobo que não se encaixava no mundo dos Lycans.

Lia, percebendo minha ansiedade, tentava me acalmar. "Não se preocupe, Ana. Vai ser incrível. E estaremos juntas, como sempre." Sua lealdade era um dos poucos pilares de segurança na minha vida.

Eu sorria para ela, grata por sua amizade. Mas, lá no fundo, a incerteza persistia. Meu décimo segundo aniversário estava a apenas alguns dias de distância. O Castelo Lycan se preparava para a celebração, e eu me preparava para o momento que mudaria minha vida para sempre. Eu só esperava que a Deusa da Lua, em sua infinita sabedoria, me desse um lobo que me fizesse sentir forte e bonita, não importa o que meu corpo humano me dissesse. Eu ansiava por essa transformação, por essa nova parte de mim que, eu esperava, me faria sentir completa.

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