[Narrado por Alana]O motor finalmente calou.Depois de tanta gritaria, blitz, curva insana e voo sem asa, o silêncio bateu mais forte que qualquer sirene.A gente parou numa viela funda, sem nome, sem saída. Uma dessas ruas que nem o mapa tem coragem de mostrar. O asfalto era rachado, o muro grafitado com códigos de guerra e o portão à frente parecia abandonado — mas não era.Caio desceu da moto como se tivesse acabado de chegar de um passeio qualquer.Eu desci depois, as pernas ainda tremendo.— “Isso aqui é o quê?” — perguntei, olhando em volta, mão na Glock, instinto ainda em alerta.Ele só sorriu.Aquele sorriso safado, bandido, encantador e nojento ao mesmo tempo.— “Isso aqui, Fagulha, é o buraco onde o mundo esquece da gente.”Ele deu três batidinhas numa parede de concreto rachado. Depois puxou um ferro enferrujado que parecia parte da estrutura. Um estalo. O portão rangeu. E a porra do esconderijo se abriu.— “Seja bem-vinda ao meu bunker.”— “Tu tem um bunker.”— “E tu acha
Ler mais