capítulo 19

[Narrado por Alana]

O motor finalmente calou.

Depois de tanta gritaria, blitz, curva insana e voo sem asa, o silêncio bateu mais forte que qualquer sirene.

A gente parou numa viela funda, sem nome, sem saída. Uma dessas ruas que nem o mapa tem coragem de mostrar. O asfalto era rachado, o muro grafitado com códigos de guerra e o portão à frente parecia abandonado — mas não era.

Caio desceu da moto como se tivesse acabado de chegar de um passeio qualquer.

Eu desci depois, as pernas ainda tremendo.

— “Isso aqui é o quê?” — perguntei, olhando em volta, mão na Glock, instinto ainda em alerta.

Ele só sorriu.

Aquele sorriso safado, bandido, encantador e nojento ao mesmo tempo.

— “Isso aqui, Fagulha, é o buraco onde o mundo esquece da gente.”

Ele deu três batidinhas numa parede de concreto rachado. Depois puxou um ferro enferrujado que parecia parte da estrutura. Um estalo. O portão rangeu. E a porra do esconderijo se abriu.

— “Seja bem-vinda ao meu bunker.”

— “Tu tem um bunker.”

— “E tu acha
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