Eu nunca imaginei que, um dia, estaria fugindo da minha própria vida. Que imagem, não? Clara Gonçalves, a mulher que parecia ter tudo, finalmente admitindo a verdade: eu não sei quem eu sou. Tudo desmoronou tão rápido que ainda parecia um sonho ruim, uma realidade que eu não queria encarar.Sentei no pequeno café ao lado do aeroporto, uma xícara de café forte nas mãos e o telefone desligado à minha frente. Eu não queria ver mais nada, nem mensagens, nem desculpas, nem justificativas. Pedro… traidor. Eu sabia que o relacionamento estava em ruínas, mas vê-lo com outra mulher foi o golpe final. Meus olhos estavam fixos na espuma do café, mas a imagem dele, tão casual e descontraído com outra, ainda queimava na minha mente. Era isso que eu representava para ele? Uma companhia conveniente para as fotos, nada mais?Eu precisava escapar, precisava de ar. Minhas mãos ainda tremiam quando mandei uma mensagem para Lia: *"Vou sumir. Não me procura por um mês."*Ela me ligou imediatamente, claro.
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