No dia seguinte, o silêncio entre eles era ensurdecedor. Valentina se vestiu sem dizer uma palavra. Dante apenas observava, recostado no batente da porta, os braços cruzados e o maxilar rígido. Ele sabia que, se abrisse a boca, diria o que não devia. E ela sabia que, se o encarasse, poderia ceder. Orgulho. O escudo dos fracos e dos apaixonados. — Preciso sair antes de você. Tenho uma reunião extra com o grupo financeiro — disse ela, rompendo o silêncio. Dante assentiu, apenas. Mas assim que a porta se fechou atrás dela, ele socou a parede ao lado com força. Valentina caminhava pelas ruas próximas ao prédio do evento, distraída com os pensamentos. Estava cansada daquele jogo, cansada de sentir e fingir que não sentia. Seu celular apitou. Uma mensagem do advogado. “Precisamos conversar. Urgente.” Ela digitou rapidamente, marcando de se encontrarem após o almoço. Ao atravessar a rua, o som de um buzinaço tirou-a de seus devaneios. Tudo aconteceu em segundos: um carro vindo em vel
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